Catarina veio ao
mundo no dia 2 de maio de 1806, numa família de camponeses em Fain-les-Moutiers,
Sudoeste de Montbard.
Sua mãe morre aos 42 anos e Catarina,
com nove anos, refugia-se no imenso amor da Virgem Maria: “É você que eu escolhi por minha mãe” disse-lhe
ela.
Maria Luísa, a irmã mais velha de Catarina,
já é Filha da Caridade. Em 1828, Catarina, freqüenta as Filhas da Caridade do Hospital
de Moutiers-Saint-Jean e pensa em entrar, ela também, nesta Comunidade. Ela tem
22 anos.
Quando chegou para Catarina o tempo de
falar com seu pai sobre sua vocação, a resposta é imediata e formal: “Tu não
irás!” Para desviá-la de seu projeto, ele a envia para a casa de seu
irmão Charles que possui um restaurante operário em Paris.
Depois de muitas
hesitações, seu pai acaba dando seu consentimento. Em 21 de abril de 1830, Catarina
começa na Casa-Mãe seu Seminário (noviciado), na rua do Bac. Aqui, nesta
Capela, Maria aparece a ela duas vezes.
Ao sair do Seminário, Catarina é enviada para o Asilo
de Enghien, no bairro de Reuilly onde passará toda sua vida a serviço dos
velhinhos.
As aparições foram uma luz para
a vida de serviço de Irmã Catarina. A Santíssima Virgem lhe revelou o rosto de
Deus. Agora, Irmã Catarina aprende a reconhecê-Lo nas pessoas que sofrem.
“Além das aparições limitadas aos poucos meses
de Seminário (abril – dezembro de 1830), Catarina também descobre: o Cristo
no cotidiano, especialmente nos pobres, sobretudo, segundo o Evangelho de Mateus
25:
“Tive fome e me destes de
comer...”
“Estive preso e me visitastes...”
“Estive doente e me visitastes...”
“O que fizerdes ao menor dos
meus, é a mim que o fazeis”.
Santa Catarina passou 46 anos de sua vida em
Reuilly, na humildade, a serviço dos velhinhos. Era realmente, como o declarou
Pio XII por ocasião da Beatificação: “A Santa do dever de estado e do
silêncio!”
Falecida em 1876, foi enterrada num túmulo da
casa de Reuilly onde viveu. Em 1933, seu corpo foi transportado para a Casa-Mãe,
e repousa num relicário aos pés da Virgem do globo na capela da rua do Bac. O hábito com o qual
está vestida é o mesmo modelo usado pelas Filhas da Caridade até 1964.
Elizabeth Ann Balley Seton, que fundou a Comunidade das Irmãs Americanas
da Caridade de São José, foi a primeira Santa dos Estados Unidos, canonizada
pela Igreja Católica. Foi a pioneira da Educação católica, e abriu o caminho às
Escolas católicas paroquiais nos Estados Unidos.
Elizabeth Ann nasceu
no dia 28 de agosto de 1774, em
Nova York , filha de Catarina Charlton e Richard Bayley, ambos
episcopalianos fervorosos. Foi batizada e educada na igreja Episcopaliana. Seu
pai, médico e cirurgião reputado, foi o primeiro Ministro da Saúde do Port de
Nova York, foi depois professor de anatomia no King College (universidade da
Colúmbia). Elizabeth cresceu em
Nova York , e em Nova Rochelle. Em 25 de janeiro de 1794,
Elizabeth Ann casa-se com William Magee Seton, filho de uma rica família de armador e vão residir no State Street, em Manhattan. Seu
casamento foi abençoado com o nascimento de três meninas e dois meninos.
Infelizmente,
William adoece de tuberculose rapidamente. Parte para a Itália, acompanhado por
Elizabeth e sua filha mais velha, Annina, na esperança de recuperar a saúde.
Mas, ele morre em 27 de dezembro de 1803, deixando-a viúva, com 5 filhos aos 29
anos apenas.
A família
Felicchi, de Livorno, na Itália, parceira nos negócios e grandes amigos de
Elizabeth e de William, oferece-lhe hospitalidade e reconforto. Elizabeth Ann,
muito espiritual, ficou bastante sensibilizada com a devoção e a fé da família
Felicchi, que era católica.
Um ano
após seu regresso a Nova York, Elizabeth decide converter-se ao catolicismo e,
no dia 14 de março de 1805, foi recebida na Igreja de São Pedro, em Barclay Street. Esta
decisão custou muito a Elizabeth, por causa do afastamento de sua família e de
seus amigos.
Os anos
seguintes foram muito difíceis para Elizabeth, viúva com seus cinco filhos, sem
condições financeiras para educá-los, por causa da falência da empresa
familiar, poucos anos antes da morte de William, e sem o apoio de sua família e
de seus amigos.
Em junho
de 1808, o Padre William Louis Dubourg, sacerdote sulpiciano francês, de
Maryland, encontra-se com Elizabeth durante uma visita em Nova York e a convida
para ir a Baltimore, prometendo-lhe abrir uma Escola para as crianças desta
cidade.
Graças à
generosidade de um benfeitor, a Escola pôde instalar-se em Emmitsburg
(Maryland). Esta nova obra começou no dia 31 de julho de 1809, em Saint Joseph ´s Valley.
Muito em breve, atrai também outras mulheres que se reúnem ao redor dela para
se consagrarem à instrução de crianças pobres, começando assim, a Comunidade
das Irmãs da Caridade.
No dia 17
de janeiro de 1812, Elizabeth recebe a confirmação oficial das Regras e das
Constituições das Irmãs da Caridade dos Estados Unidos. Estas Regras foram
redigidas sob o modelo das Regras Comuns das Filhas da Caridade de São Vicente
de Paulo, fundadas na França por São Vicente de Paulo e Santa Luísa de
Marillac, em 1633. Nasce assim, a primeira Comunidade americana de mulheres
consagradas.
Bem antes
de sua acolhida na Igreja Católica, Elizabeth Ann tinha visto o Cristo nos
pobres, particularmente nas mulheres e crianças necessitadas.
Elizabeth
é reconhecida Santa por causa de sua busca da vontade de Deus, e por sua
fidelidade em respondê-la.
Sua santidade enraíza-se em sua fidelidade à oração e à vida
litúrgica da Igreja Protestante Episcopaliana de seu tempo. Fiel praticante de
sua paróquia da Santíssima Trindade, ela rezava longos momentos diante do
Santíssimo Sacramento, na capela vizinha de São Pedro, que era católica.
Elizabeth
Ann morre no dia 4 de janeiro de 1821, em Emmitsburg, aos 46 anos.
Em 25 de
março de 1850, a
Comunidade de Emmitsburg une-se à Companhia das Filhas da Caridade de São
Vicente de Paulo, da França.
Em 17 de
março de 1963, Elizabeth Ann Seton foi beatificada pelo Papa João XXIII, e
depois, canonizada em 14 de setembro de 1975, por Paulo VI.
Jeanne Marie Rendu (Irmã Rosalie), filha de Antonio
Rendu e de Marie-Anne Laracine, nasceu em 9 de setembro de 1786, em Confort, lugarejo
de Lancrans, município de Ain, França.
A Venerável Irmã Rosalie Rendu foi o centro de um
movimento de caridade que caracterizou Paris e a França, na primeira metade do
século XIX, quando a assistência pública ainda não existia.
Em 25 de maio de 1802, Irmã Rosalie entrou no
Seminário (noviciado), na Casa Mãe das Filhas da Caridade de São Vicente de
Paulo, em Paris. Ao
sair do Seminário, Irmã Rosalie foi enviada ao bairro Mouffetard, um dos mais
miseráveis de Paris, onde serviu os Pobres durante 53 anos. Aí, dedicou-se como
enfermeira, juiz de paz, catequista das crianças de rua; aí, enfrentou até
mesmo, arriscando sua própria vida, os revolucionários, dizendo: “Aqui não se
mata ninguém!”
Irmã Rosalie era “a boa mãe de todos”, sem distinção
de religião, idéias políticas, condições sociais. Com uma das mãos, recebia dos
ricos e, com a outra, dava aos pobres.
Aos ricos, Irmã Rosalie proporcionava a alegria de
fazer o bem. Com freqüência, via-se na sala de recepção de sua casa, Bispos, Padres,
homens de Estado e da cultura. Entre eles: Donoso Cortes, Embaixador da
Espanha, o Imperador Napoleão III com sua esposa, estudantes de direito, de
medicina, alunos da Politécnica, que vinham pedir informações, recomendar
alguém ou perguntar em que porta bater antes de fazer uma boa obra. Assim
vieram o Bem-aventurado Frederico Ozanam, co-fundador das “Conferências de São Vicente de Paulo”, e o Venerável Jean Léon Le
Prévost, futuro fundador dos Religiosos
de São Vicente de Paulo, que pediam-lhe conselhos para pôr em prática seus
projetos.
Todos os dias, fizesse o tempo que fizesse, Irmã
Rosalie percorria as ruas e ruelas que iam além do Panthéon, atravessando o sul
da Montanha Santa Genoveva – rua
Mouffetard, passagem dos Patriarcas, rua de l´Epée de Bois, rua do Pot de
Fer. Com o seu terço na mão, seu pesado cesto no braço, apressava o passo,
pois, sabia que a esperavam!
Como a monja no claustro, Irmã Rosalie caminhava na
direção de Deus: ela Lhe falava desta família em dificuldade, porque o pai
estava desempregado, daquele ancião que corria o risco de morrer sozinho num
casebre: “Jamais faço tão bem a oração, quanto na rua”, dizia ela.
Sobre o túmulo de Irmã Rosalie, no cemitério Montparnasse, há sempre flores colocadas por pessoas
desconhecidas, e um epitáfio menciona: “à
boa Mãe Rosalie, seus amigos reconhecidos, os pobres e os ricos”.
“Jamais faço tão bem
a oração, quanto na rua”, dizia ela.
Sua fé, firme como uma rocha e límpida
como uma fonte, revela-lhe Jesus Cristo em toda circunstância; ela experimenta na
dia-a-dia esta convicção de São Vicente: Dez
vezes, ireis ver o pobre, dez vezes por dia aí encontrareis Deus.... vós ides
em casas pobres, mas, aí, encontrareis a Deus”. Sua vida de oração
é intensa; como o afirma uma Irmã: ela
vivia continuamente na presença de Deus: se
tinha uma missão difícil para cumprir, tínhamos a certeza de vê-la subir à Capela
ou de encontrá-la de joelhos no seu gabinete”.
“Se o amor é um
fogo...”
Responsável por sua Comunidade, Irmã Rosalie recebeu a
missão de acompanhar cada uma de suas Irmãs, apoiá-las, formar as mais jovens,
animar a vida fraterna. Ela o desempenhou com grande cuidado, comunicando-lhes
seu ardor e sua alegria de servir. Para convencer-se disso, basta ler algumas
de suas testemunhas:
Irmã Rosalie tinha a arte de discernir e
de conduzir. Irmã Angélica conta: “Como
eu era a mais jovem e a mais robusta, Irmã Rosalie, encarregou-me do bairro
mais afastado e populoso: tereis o
melhor lote, disse-me: é na Cité Doré, onde se refugia tudo o que há de mais
medíocre em Paris.
Encontrareis muitos bêbados. Caminhai modestamente, com
diligência, sem precipitação. Perguntai a todas as crianças que encontrardes se
vão à Escola. Há muito bem a fazer! Verdadeiramente, é o lugar de uma Filha da
Caridade”.
“Humilde
na sua autoridade, Irmã Rosalie nos repreendia com grande delicadeza; sua
fórmula ordinária era esta: “Nosso Senhor vos pediu isso... Não o compreendestes?”
“Era severa sobre a
maneira como recebíamos os pobres: eles são nossos Senhores e nossos mestres.
Pensastes nisso, minha Irmã, quando mandastes embora este pobre, tão
duramente?”
“Se,
na continuação de um empreendimento, nós lhe anunciávamos uma boa solução, ela
nos enviava a comunicá-la às famílias interessadas, para que nós nos
regozijássemos com sua felicidade e nos encorajava a nos cansarmos pelo bem dos
pobres: jamais, minhas Irmãs, faremos bastante por eles!”
“Irmã Rosalie via
Deus em suas companheiras, que Ele escolheu por esposas. Ela as amava
ternamente, como uma verdadeira mãe”... “Quando o tempo estava ruim ou ameaçava
uma tempestade, enquanto estávamos fazendo compras, ela encontrava sempre um
momento para colocar nossos sapatos em cima da chaminé, assegurando-se, ela
mesma, se não estávamos com os pés úmidos e, se nossas roupas tinham secado!”
“Se o amor é um fogo,
o zelo é sua chama!”, dizia São
Vicente. A pequena Comunidade da rua de l´Epée de Bois, sustentada pela oração
e o amor fraterno, estava pronta para enfrentar a grande miséria deste século
atormentado.
“Para restituir ao
homem sua dignidade...”
“O
pobre povo morre de fome e se condena”, dizia São Vicente de Paulo.
Tal era, na França, a situação dos campos,
no século XVII. É uma situação semelhante – talvez pior, a que constatou a
jovem Irmã Rosalie ao chegar ao bairro de Saint Médard, em Paris. Mal alojados, famintos,
explorados, os pobres são entregues à degradação e à revolta.
“O
bairro mais pobre de Paris, aquele aos quais 2/3 da população falta madeira no
inverno, aquele que joga o maior número de crianças enjeitadas nas casas
“Crianças abandonadas”, maior número de doentes no Hôtel Dieu, mais mendigos
nas ruas... mais operários, nas praças, sem trabalho, maior número de presos na
polícia correcional” Escreveu Honoré de Balzac.
“Lutar
contra a miséria para devolver ao homem sua dignidade”, este será o
objetivo de Irmã Rosalie durante 54 anos!
Com sua Comunidade, ela cuida, alimenta,
visita, consola, apazigua, incansavelmente! Dotada de uma viva sensibilidade,
Irmã Rosalie se compadece com todo sofrimento: “Há algo que me sufoca, diz ela,
e que me tira o apetite... é pensar que em muitas famílias falta o pão!”...
E sua intuição feminina lhe sugere o gesto que deve fazer e a solução que
deverá inventar. Para o serviço dos pobres – sejam quais forem - ela ousa
empreender tudo com inteligência e audácia: nada a fará parar, quando se trata
de colocar de pé aquele que sofre.
Irmã Rosalie vivia ao pé letra as
recomendações dos Fundadores:
“Não
devo considerar um pobre camponês pelo seu aspecto exterior, nem segundo o que
transparece de sua capacidade... Mas, virai a medalha, e vereis através das
luzes da fé, que o Filho Deus... nos é representado por estes pobres; na sua
paixão, ele quase não tinha a aparência humana” – São Vicente.
“Devemos
amá-los ternamente e respeitá-los fortemente” - Santa Luísa.
Irmã Rosalie não contesta a ordem
estabelecida, não é a favor da revolta: não é este o seu método. Para lutar
contra a injustiça e a miséria, desperta a consciência daqueles que têm o poder
ou dinheiro; trabalha para instruir as crianças e os jovens pobres e, para
responder às urgências, ela impulsiona à partilha: “organiza a caridade”.
“Há
tantas maneiras de fazer a caridade, o pequeno socorro em dinheiro ou alimento
que damos aos pobres, não pode durar muito tempo; é preciso visar um bem maior
e duradouro. Devemos estudar suas aptidões, seu grau de instrução e procurar
trabalho, ajudá-los a sair da necessidade.” Irmã Rosalie dá provas de uma
grande lucidez. Com alegria, apóia e aconselha seus amigos engajados nas
reformas sociais, porém, por predileção, a serva se une aos pobres, “seus mestres”, no lugar da miséria.
“Quando
o fogo se propaga...”
A correspondência de Irmã Rosalie e os
testemunhos de suas Irmãs revelam sua preocupação com a juventude e seu talento
como educadora. Não há muita distância entre o bairro Mouffetard e o bairro
latino! Algumas vezes, são vistos, no seu gabinete, jovens pertencentes a todas
as Escolas, aspirando todas as carreiras: estudantes de direito e de medicina,
alunos da Escola Normal e da Escola Politécnica, cada qual vem buscar uma “boa
obra” a fazer ou prestar contas de um serviço.
Com ternura e respeito, Irmã Rosalie os acompanha
pessoalmente, tem o cuidado com suas condições de vida, apóia-os, assegura o vínculo
com sua família, e, como boa educadora, pergunta a cada um, o que pode colocar
a serviço dos pobres; a um, seu “bic”; a outro, sua atividade; àquele, sua
palavra; a todos, alguns instantes, para socorrer alguém. Ela recomenda-lhes a
paciência, a indulgência e a delicadeza.
“Amai
os pobres, não os acuseis demais...; lembrai-vos que o pobre é bem mais
sensível às boas maneiras do que aos socorros”.
Os relacionamentos continuam, quando estes
jovens partem para seus estados: as notícias chegam então à rua de l´Epée de
Bois e são comunicadas aos interessados, graças à diligência e à discrição de Irmã Rosalie, que continuava a estimular as
vocações que ela tinha suscitado.
“Para
que aumente a rede de caridade...”
No dia seguinte da Revolução de 1830, a efervescência do
espírito era grande: inquietações, sede de um mundo mais justo, desejo de
mudança na sociedade, engajamento dos católicos. Neste momento, havia na Sorbonne,
um jovem estudioso, querendo insuflar uma vida nova a esta sociedade doente.
“Um pequeno grupo se reunia numa espécie
de círculo de estudos, chamada Conferência de história”. As reuniões se realizavam na casa do senhor Emmanuel Bailly,
professor de Filosofia e Diretor do jornal “A
tribuna católica”. Entre os habituados deste círculo, encontravam-se Ozanam, Lamache, Letaillandier, Leon Le
Prévost, Lallier... e outros. Um colega lhes lançou, um dia, este desafio: “...
Vós que vos orgulhais de ser católicos, o que fazeis?”
Esta interpelação fez o grupo refletir. Um
deles propôs: “Fundemos uma Conferência
de Caridade”. Esta idéia agradou a
todos; porém, tinham necessidade de um guia. O Senhor e a Senhora Bailly,
conhecendo Irmã Rosalie, enviou-os à rua de l´Epée de Bois. Irmã Rosalie lhes
ensinou a visitar a pobreza, à domicílio. Aprenderam com ela a ver o Senhor nos
pobres. Ao indicar as famílias para visitar, ela lhes dava conselhos sobre a
maneira cristã de abordá-los, respeitá-los, considerá-los como irmãos, ricos em
humanidade.
Fundada
em São Etienne
du Mont, em 23 de abril de 1833,
a Conferência da Caridade se torna, em fevereiro de 1834, a Conferência de São
Vicente de Paulo, que foi escolhido como mestre e modelo. O número de
membros da Conferência aumenta rapidamente. Em 1835, o Senhor Le Prévost propôs duplicá-la, a fim de criar uma
outra em São Sulpice. Houve uma pequena discussão: as opiniões estavam
divididas! A unanimidade só foi conseguida, quando aquele que a propôs, disse
que a idéia vinha de Irmã Rosalie. As Conferências se multiplicaram rapidamente
em Paris e nos Estados... Frederico Ozanam sonhava “unir o mundo numa
rede de caridade”.
“Um
caminho de reconciliação...”
A pequena sala de recepção, da rua de
l´Epée de Bois não se esvaziava nunca! A Comunidade está no centro de uma
imensa rede de entre - ajuda, cada um pode vir pedir ou oferecer. Ricos,
pobres, fracos ou poderosos, Irmã Rosalie conhece a todos; responsável pela Comunidade,
é chamada por “Mãe”, e o é
verdadeiramente, pronta a levar socorro, a cada instante, àqueles que sofrem.
“Pintura”: Casa de Caridade – rua d´Epée de
Bois, onde viveu Irmã Rosalie
Alguns fatos relatados pelos biógrafos
permitem apreciar a retidão, a coragem e a extraordinária liberdade desta
mulher fora do comum.
Ø 27-28-29 de julho de
1830 “Os
três Gloriosos”: o povo está encolerizado! Paris está coberta de barricadas.
Enquanto que à rua de l’Epée de Bois” cuida dos feridos – arruaceiros ou soldados, Irmã Rosalie sai à procura do General de
Montmahaut, um benfeitor dos pobres, tido como desaparecido. Colocando em risco
sua própria vida, passa no meio das barricadas. Ela o descobre gravemente
ferido na praça da Prefeitura (Hotel de Dieu)... Irmã Rosalie o reanima: ele é
salvo!
Ø A justiça, nos
dias seguintes, após uma revolução é, com freqüência muito severa! As pessoas
que se tinham comprometido, durante o confronto, vieram buscar refúgio na casa
de Irmã Rosalie, que as protegeu e facilitou sua fuga. O comandante de Polícia
– M. Gicquel – deu ordem de prender Irmã Rosalie. “Impossível!”, diz o soldado
encarregado da execução. Todo o povo usará as armas! Como nada conseguiu, o Comandante, pessoalmente,
irá prendê-la. Atravessando a multidão, pede para falar com Irmã Rosalie. Mui
amavelmente lhe é solicitado aguardar no pátio: em seguida se estabelece o
diálogo:
- “O que posso fazer para lhe prestar um
serviço? diz ela:
- Senhora, não vim aqui para vos pedir um
serviço, mas, para vos prestar um serviço; sou o Comandante de Polícia e quero
saber como ousastes ir contra a lei?
- Senhor Comandante, eu sou Filha da
Caridade, vou por toda parte, socorrer os infelizes... Se vós estivésseis sendo
perseguido, eu vos socorreria, eu vos prometo!
- Não recomeçai! Respondeu surpreso o Comandante
- Isto eu não vos prometo! “Uma Filha da Caridade de
São Vicente de Paulo não tem direito de faltar à caridade”.
Ø
Fevereiro de 1831: Irmã Rosalie dá um pedaço de pão a um homem idoso;
ele o recusa. “Obrigado, minha Irmã, não
tenho mais necessidade: amanhã, iremos saquear o Arcebispado.” No dia
seguinte, o Arcebispado está em chamas, porém, Dom de Quélen e um grupo de
sacerdotes encontraram refúgio à rua de l´Epée de Bois.
Ø
Por várias vezes, a cólera
aparece! Por toda parte reina o medo, e do medo nasce a desconfiança: começam a
acusar os médicos e os farmacêuticos pelo contágio, atribuído ao ódio que têm
pelo pobre povo e querem massacrá-los. O Doutor Royer-Collar transportava um
doente ao hospital. Fazem-no parar! Ele protesta..., mas, o ódio é cego! Então,
ele grita a esta gente corajosa do bairro Mouffetard: “Sou um dos amigos de Irmã Rosalie!” O ódio termina imediatamente:
deixam-no passar!
Ø
Na Escola, uma criança chora,
porque seu pai foi preso; Irmã Rosalie conhece a família: este homem, operário
honesto, se deixou levar pelos instigadores. O General Cavaignac, que estimava
Irmã Rosalie, vinha algumas vezes à rua de l´Epée de Bois... Neste dia, ela lhe
propõe visitar a Escola. Enquanto que os olhares espantados das crianças se
voltam para esta visita muito bem vestida, com galões dourados, Irmã Rosalie dirige-se à menina: “Minha filha, eis aqui um Senhor que pode,
se quiser, soltar teu papai”.
- Ah, Senhor, devolva
meu papai! Temos muita necessidade dele em casa!”
- “Mas, ele deve ter feito alguma coisa grave!” “O´ não! Mamãe me disse que não.. e, se ele o
fez, não o fará mais, eu vo-lo prometo; oh devolvei meu pai! Eu vos amarei
sempre!”
Quem ficou mais comovido? Alguns dias mais tarde – sem
dúvida, graças à intervenção de Irmã Rosalie – o prisioneiro regressou à
família.
Ø 1848! Novamente o horizonte se carrega de
nuvens! A burguesia quer reinar e o povo
quer viver de outra maneira: não como miserável! E aconteceu a mesma coisa que
em 1830: batalhas nas ruas de toda Paris! Uma terrível barricada foi preparada
no ângulo das ruas: Mouffetard e de l´Epée de Bois. Mas estava tudo muito bem
preparado! Um oficial da Guarda Móvel atravessa a barricada com sua tropa,
porém, todos os seus homens caíram sob a rajada dos manifestantes, ele ficou
sozinho no meio dos revoltados furiosos. Então, ele se precipitou no pequeno
pátio da casa das Irmãs: os fuzis dos manifestantes apontaram para ele: Irmã
Rosalie se interpõe gritando: “Aqui não
se mata!” – “Não! Mas, do lado de fora! Nós o levamos!” – Irmã Rosalie
recusa... Os homens, sedentos por sangue, vão começar a atirar por cima dos
ombros das Irmãs que cercam o condenado. Irmã Rosalie, porém, cai de joelhos: “Em nome de tudo o que eu fiz por vós,
vossas mulheres e filhos, eu vos imploro pela vida deste homem!” As armas,
imediatamente se abaixam... Alguns homens choram. O oficial está salvo! “Quem sois vós, minha Irmã?”, pergunta
ele.
“Nada, Senhor,
sou uma simples Filha da Caridade. Apenas isto!”
Apenas isto!
Mas, verdadeiramente isto!
Antonio Frederico Ozanam nasceu em Milão, no dia 23 de
abril de 1813; era o terceiro filho de João Antonio Ozanam e Maria Nantas.
Frederico dá graças a Deus pela fé de seus pais, profundamente católicos.
No mundo secularizado do século XX, este cristão leigo
é um profeta para a Igreja de seu tempo, a qual ama “com um profundo amor e submissão”.
Frederico faz seus estudos secundários em Lyon e
universitários em
Paris. Durante sua adolescência, depara-se com problemas de
ordem espiritual, mas, se confia à direção do Padre Noirot, grande filósofo.
Este o ajuda a superar suas dificuldades. Pouco depois, Frederico escreve: “Prometi a Deus passar meus dias a serviço
da verdade, e isto me devolveu a paz.”
Durante a Revolução da sociedade e da Igreja, Ozanam e
seus amigos se propuseram “fazer, além das
conferências de história, uma outra espécie de reunião consagrada à caridade, a
fim de unir a ação à palavra e afirma, através das obras, a vitalidade de sua
Fé”.
Em 1833, com um
grupo de sete amigos, ele funda em Paris a Sociedade de São Vicente de Paulo, que foi colocada sob a
proteção deste grande Santo. O mais velho do grupo era Emmanuel Bailly, com 39
anos; Frederico é um dos mais jovens, tem 20 anos. Quando o grupo decidiu ir ao encontro dos Pobres, Emmanuel Bailly os
encaminha à Irmã Rosalie Rendu, Filha da Caridade dedicada no serviço dos
infelizes do bairro Mouffetard.
As Conferências dão ênfase à visita domiciliar dos
pobres, ao relacionamento direto com aqueles que sofrem. Hoje a Sociedade de
São Vicente de Paulo está espalhada pelos cinco continentes.
Filho, marido, pai e amigo, ele tem uma sensibilidade
profunda que impressiona muito a todos aqueles que o conhecem.
Fiel defensor dos Pobres, Frederico é uma testemunha
privilegiada da caridade, durante toda sua vida familiar, profissional e
cívica. Ele expressava seu ardente desejo nestes termos: “Reunir o mundo numa rede de caridade”.
Frederico é professor titular de Direito Comercial, na
Faculdade de Lyon, e, mais tarde, professor de Literatura Estrangeira, na
Sorbonne.
Por razões de saúde, abandona sua profissão, que
exercia como um apostolado. Dedica suas últimas forças à pesquisa
científica e à Sociedade de São Vicente de Paulo.
Depois de uma longa enfermidade, Frederico morre aos
40 anos, em Marselha, no dia 8 de setembro de 1853, com o espírito totalmente
abandonado em Deus.
Frederico foi
beatificado pelo Papa João Paulo II, em Paris, no dia 22 de agosto de 1997,
durante as Jornadas Mundiais da Juventude.
Para saber mais:
http://www.ozanet.org
A Congregação das Irmãs da
Caridade de Besançon pertence
à tradição Vicentina. Sua Fundadora foi Filha da Caridade.
Joana Antide Thouret nasceu em 17 de novembro de 1765, em
Sancey-le-Long, França.
Aos 22 anos, Joana ingressou na Companhia das Filhas da Caridade de São
Vicente de Paulo, congregação que une oração e serviço aos pobres.
Durante a Revolução Francesa, todas as Filhas da Caridade da França
foram espalhadas e tiveram que voltar para suas casas. Joana procura unir-se a
outros grupos de religiosas, mas, nenhum deles satisfaz suas aspirações.
Em 11 de avril de 1799, começa então uma pequena Escola e uma cantina
para os pobres de Besançon. Desenvolve-se logo uma Comunidade e várias casas são
fundadas na França.
Em 1810, o rei de Nápoles lhe faz um apelo. Joana parte para esta cidade com algumas
Irmãs a fim de começar as fundações na Itália.
Em 24 de agosto, Joana falece em Nápoles.
A Comunidade conta agora com 4.000 Irmãs espalhadas pelos cinco
continentes, trabalhando numa grande variedade de serviços dedicados aos
pobres. A vida de Comunidade, a Eucaristia e o Mistério Pascal são, ainda hoje,
como o foram para Joana, os elementos chaves de sua vida.
Joana Antide Thouret foi beatificada
pelo Papa Pio XI, em 23 de maio de 1926, e canonizada no dia 14 de janeiro de
1934.
Para maiores informações:
(link to: http://www.suoredellacarita.org/)
Entre os filhos de São Vicente que foram exemplares em
sua vocação de evangelização dos pobres, alguns foram entregues à nossa
admiração e podem nos servir de exemplos. Justino de Jacobis, o grande apóstolo
do povo da Abissínia (Eritréia e Etiópia atuais) é um deles. Justino nasceu em San Fele , perto de
Nápoles, na Itália, no dia 9 de outubro de 1800. Era o sétimo filho de
Maria-Josefa Muccia e de João-Batista de Jacobis, família que possuía uma
grande riqueza e uma profunda fé cristã.
Justino entrou na Congregação da Missão em 1818, em Nápoles. Sua grande
humildade lhe fazia pensar que não possuía as qualidades requeridas para o
sacerdócio, mas, graças a Deus, seus Superiores pensavam o contrário e ele foi
ordenado Padre no dia 12 de junho de 1824, na Catedral de Brindisi, na Itália.
Durante seus primeiros anos de sacerdote, seu principal ministério consistiu em
pregar retiros aos leigos, a outros Padres da região e às Irmãs, bem como pregar
missões paroquiais. Organizava, igualmente, diversas atividades caritativas
para ajudar os pobres.
Cumpria todos os trabalhos que lhe eram pedidos de uma
maneira muito humilde e aceitou, por obediência, servir num posto de
responsabilidade na Congregação da Missão.
É importante sublinhar o trabalho que exerceu durante
a grave epidemia de cólera que arrasou Nápoles e que começou no final de 1836.
Ele trabalhou sem descanso para ajudar os doentes, a ponto de por em risco sua
própria vida.
Na Abissínia – Eritréia –Etiópia:
Em 1838, o Cardeal Philippe Franzoni, Prefeito da
Sagrada Congregação para a Propagação da Fé, teve oportunidade de encontrar
Justino, quando era então Superior da Casa Provincial de Nápoles. O Cardeal
Franzoni lhe fala da necessidade que havia na Abissínia de um impulso da Missão
ali. Justino aceitou ir para lá, sob a condição de seus superiores concordarem.
A Congregação da Missão recebeu a responsabilidade desta Missão e Justino ali
foi enviado em 24 de maio de 1839, quando tinha então 38 anos de idade.
Justino, assim como o Fundador da Congregação da
Missão, Vicente de Paulo, aceitou deixar-se guiar pela mão da Providência na
evangelização dos outros.
O Senhor dotou Justino de uma grande compreensão pela
cultura do país e de suas tradições. Aprendeu a língua, viveu com as pessoas, e
trabalhou para melhorar o relacionamento a nível local.
Era um homem avançado para o seu tempo, no que se
refere à inculturação. Por exemplo: para lhes anunciar o Evangelho, utilizava
as tradições e a cultura do povo. Era também um magnífico precursor do diálogo
ecumênico entre Católicos e Coptos.
Durante vinte anos, Justino se doa ao serviço do
Evangelho na Abissínia. Era um exímio acompanhador e formador de Padres, foi
ele quem colocou os fundamentos da Igreja Católica local.
Depois de muitos sofrimentos e perseguições, morreu
vítima da febre tropical, à beira da estrada, perto de Halai, no vale de
Alighedien, no dia 31 de julho de 1860.
Justino de Jacobis foi beatificado em 25 de junho de
1939, pelo Papa Pio XII, e canonizado em 26 de outubro de 1975, por Paulo VI.
Francisco Régis Clet nasceu em 19 de agosto de 1748. Era o décimo dos
quinze filhos de Claudine e César Clet.
Francisco fez seus estudos na Escola dirigida pelos Jesuítas, em
Grenoble e entrou, em seguida, no seminário diocesano. Era um estudante
brilhante. Os Padres da Congregação da Missão eram bem conhecidos em sua cidade
e Francisco decidiu seguir a maneira da vida vicentina.
Francisco entrou no Noviciado da Congregação da Missão, em Lyon, no
bairro de Fourvière, em 6 de março de 1769. Foi ordenado sacerdote no dia 27 de
março de 1773.
Seu primeiro trabalho foi o de professor de Teologia Moral, no Seminário
Maior de Annecy, onde era muito admirado e do qual, mais tarde, foi nomeado
Superior.
Em 1788, torna-se Diretor do Seminário Interno da Congregação da Missão,
na Casa Mãe, em Paris.
Em seguida, apareceram os estragos e as dificuldades da Revolução
Francesa e, em 13 de julho de 1789, São Lázaro foi invadido. Os Padres e os Irmãos
leigos tiveram que fugir correndo para salvar suas vidas. Voltaram à Casa-Mãe
no dia seguinte e constataram que tudo tinha sido saqueado.
Apesar das devastações causadas pela Revolução Francesa, o Superior
Geral da Congregação da Missão continua a enviar missionários à China.
Francisco Régis Clet se propôs e o Superior o aceitou. Em abril de 1791, ele
partiu para a China e chega a Kiang-Si em 15 de outubro de 1792.
Durante quase trinta anos, ele se consagra inteiramente à missão chinesa
e se adapta à sua nova maneira de vida, bem como a uma língua particularmente
difícil. A maior parte dos Padres entrou na China ilegalmente.
Os Lazaristas, ajudados pelos Padres chineses, trabalharam em diversas Províncias
da China, a serviço de mais de 200.000 cristãos. A situação era muito perigosa
por causa das perseguições religiosas e deviam evitar serem reconhecidos.
Francisco Régis foi feito prisioneiro em Jinjiagang e jogado mais tarde
na prisão de Nan-Yang-Fou. Depois de muitos meses de sofrimentos, por causa das
torturas cruéis e brutais, ele foi condenado à morte pelo Imperador. “Vós
viestes à China secretamente, vós pervertestes numerosas pessoas, pregando
vossa doutrina, e, segundo a Lei deveis ser estrangulado até a morte”. Ele
morreu no dia 18 de fevereiro de 1820, perto de Ou-Tchang-Fou, depois de ter
sido estrangulado, pendurado numa cruz.
Ele foi beatificado no dia 27 de maio de 1900 e canonizado junto com 119
Mártires chineses, no dia 1º de outubro de 2000. Seu corpo descansa na Casa-Mãe
da Congregação da Missão, em Paris.
Um vicentino na China.
João Gabriel Perboyre nasceu em 5 de janeiro de 1802, em Puech, lugarejo
da paróquia de Montgesty, na diocese de Cahors, na França. João Gabriel era um
dos oito filhos de Maria Rigal e de Pierre Perboyre. A família possuía uma
fazenda que os fazia viver e João Gabriel crescia numa família muito católica.
Jacques Jean, o irmão de seu pai, era sacerdote da Congregação da Missão
(Lazarista). Estava em missão no Seminário Vicentino, em Montauban, e
trabalhava na formação dos futuros Padres. A família Perboyre tinha por ele uma
grande amizade, assim como os dezessete primos e sobrinhos da família que
passaram pelas mãos deste tio Jacques, no Seminário de Montaubam.
Em 1816, Luís, irmãozinho de João Gabriel, foi enviado a este mesmo
Seminário e João Gabriel o acompanhou durante os meses de inverno, para aí
prosseguir seus estudos. Na primavera, quando João Gabriel deveria regressar à
fazenda, sob a direção de seu tio, sente
o apelo de Deus para ser sacerdote.
Em 15 de dezembro de 1818, João Gabriel entrou na Congregação da Missão,
em Montauban. No
dia 23 de setembro de 1825 foi ordenado sacerdote por Dom William Dubourg, da
diocese da Nova-Orleans, nos Estados Unidos, na Capela das Filhas da Caridade,
à rua do Bac, em Paris.
Ensina por um tempo Teologia no Seminário de Saint Flour e foi Diretor
do Pensionato da mesma cidade, quando foi chamado a Paris, em 1832, para ser
Diretor do Seminário Interno da Congregação da Missão.
João Gabriel, porém, queria partir para a missão da China. Em 29 de agosto
de 1835, chegou a Macao, a porta de entrada às missões, na China. Depois de ter
trabalhado em numerosas atividades apostólicas em Ho-Nan, apesar dos perigos e
das perseguições, foi traído e feito prisioneiro, em setembro de 1839.
No dia 11 de setembro de 1840, em Ou-Tchang-Fou, depois de uma longa e
terrível tortura, foi pendurado numa cruz e estrangulado com uma corda.
João Gabriel foi beatificado em 10 de novembro de 1889, pelo Papa Leão
XIII e canonizado por João Paulo II, no dia 2 de junho de 1996.
Seu corpo foi transportado a São Lázaro, Casa-Mãe dos Lazaristas, vinte
anos depois de sua morte.